Qual o sentido do trabalho para cada um de nós? O que nos leva a acordar todos os dias para isso? O que se busca, nesse sentido, varia de pessoa para pessoa, e penso que este pode ser fator preponderante quando falamos em sofrimento no trabalho.
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Uns procuram a possibilidade de uma vida financeira mais confortável, outros, segurança, estabilidade, reconhecimento, autorrealização, aprendizado, crescimento, entre outros. Contudo, independentemente do que nos motiva, certo é que o trabalho ocupa centralidade em nossa existência, e a importância atribuída a ele, por nós mesmos e pela sociedade, pode ser identificada mesmo nos momentos em que não estamos de fato trabalhando, mas em busca de trabalho.
Devido à sua necessidade e importância, o tempo dedicado ao labor associado às exigências do mundo pós-moderno tem dificultado o investimento em áreas importantes para nós e nossos propósitos que poderiam nos ajudar a equilibrar nossas vidas.
São inúmeras, e cada vez mais frequentes, as queixas relacionadas ao trabalho: à falta de sentido, dificuldades de relacionamento com pares e hierarquia, jornadas excessivas, falta de reconhecimento, intolerância a diversidade, exigências e desafios cada vez maiores, entre outras. Estamos exaustos!
Um dos principais termômetros do impacto desse cenário em nossa saúde e qualidade de vida são os transtornos mentais comuns, conceito criado por Goldberg e Huxley (1992), caracterizado por um conjunto de sintomas como insônia, fadiga, irritabilidade, esquecimento, dificuldade de concentração e uma série de queixas somáticas que geram sofrimento mental.
Estresse e transtornos mentais
Geralmente, os sintomas estão incluídos nos quadros de estresse, ansiedade e depressão. O termo “estresse” popularizou-se tanto que tem sido usado em praticamente todos os ambientes de forma banalizada ou simplista, o que tem contribuído para uma minimização de sua importância.
Os sintomas são um sinal de alerta que merecem atenção! Muitos de nós têm ignorado esses sinais importantes – às vezes chego a pensar que estamos alterando nossa percepção a respeito das limitações de nossos corpos e mentes. Porém, sinais e sintomas negligenciados podem aumentar a frequência e intensidade dos sintomas, contribuindo para o desencadeamento de outros transtornos mentais. Os dados são alarmantes, segundo estimativa da OMS (Organização Mundial de Saúde), os transtornos mentais menores acometem 30% dos trabalhadores no mundo.
Os transtornos mentais já são, atualmente, a terceira causa de afastamentos por mais de 15 dias relacionados ao trabalho.
Fonte: Ministério da Previdência Social no Brasil
Os fatores geradores de sofrimento e estresse no trabalho são multideterminados e dependem da interação do contexto em que vivemos com as características psíquicas individuais. Desse modo, ações e programas de prevenção, promoção em saúde mental e qualidade de vida, bem como intervenções que tornem nossa relação com o trabalho mais saudável devem ser consistentes e sistêmicas.
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Trabalhar pode sim ser fonte de saúde, prazer e realização! Temos um caminho de construção e aprendizado pela frente e o esforço conjunto de práticas corporativas e autoconhecimento podem nos levar à uma relação mais saudável com o trabalho nosso de cada dia.
E você? Como está sua relação com o trabalho?
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